08/03/2024 11:46

Dia Internacional da Mulher: já passou da hora de termos avanços de verdade.

Dia da Mulher 2024

O dia 8 de março celebra as mulheres e suas lutas. Foi assim que a data surgiu e por isso é tão importante. O machismo segue matando, e cada vez mata mais. Milhares de mulheres ainda são estupradas todos os anos no Brasil (uma a cada 8 minutos!) e o salário das mulheres permanece em torno de 20% mais baixo do que os dos homens, apesar das mulheres terem uma média de escolaridade superior. O Estado e suas instituições seguem negando às mulheres o direito de decidir sobre seu corpo, negando seus direitos reprodutivos, negando sua igualdade salarial, em questões comportamentais e de acesso a oportunidades. Todos os avanços são lentos e conquistados com muita luta. E não dá mais para esperar que "um dia" a igualdade de gênero seja uma realidade. 

Nesta crença de que, de centímetro em centímetro, as conquistas femininas um dia chegarão, em 2023, 1463 mulheres foram vítimas de feminicídio. É um recorde. Nunca tantas mulheres foram mortas por serem mulheres, vítimas do machismo, da misoginia, da possessividade de companheiros, da negligência das polícias, da Justiça e de todos que deveriam proteger a vida, a integridade física e os direitos das mulheres. Este recorde de 2023 superou o ano de 2022, quando o número de feminicídios já tinha batido o recorde até então. É uma conta que não para de subir, independentemente do governo de plantão, e mostra que o problema é do sistema. também seguem altíssimos os números de mulheres agredidas fisicamente e vítimas de violência psicológica, patrimonial, etc. O assédio sexual segue generalizado e, na nossa própria empresa, não acabou nem diminuiu, apesar de toda a repercussão diante do caso de assédios sistemáticos promovidos pelo ex-presidente da Caixa, Pedro Guimarães. O comportamento se reproduz em todas as esferas e as mulheres já cansaram de esperar que haja mudanças a longo prazo.

A APCEF-RN se soma a todas as mulheres que estão na luta, na Palestina, na Ucrânia, na África, na América Latina e no mundo todo, para garantir seus direitos reprodutivos, alimentar a si mesmas e a seus filhos, por creche para todos os filhos, por moradia, por emprego digno e salários iguais aos dos homens, pelo fim de todos os tipos de violência, abuso e assédio. Que este dia 8 de março e o mês inteiro celebrem as mulheres, mas, principalmente, amplifiquem as demandas femininas, e que todos os trabalhadores (mulheres e homens) lutem juntos pelo fim da discriminação de gênero, da opressão e da exploração, sentida muito mais pelo polo feminino da nossa classe. Que nos locais de trabalho e nas ruas possamos fazer este combate e construir esta transformação, que é urgente!

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