20/10/2015 16:53

Força da greve dos bancários arranca nova negociação com a Fenaban

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A greve forte arrancou a retomada das negociações com a Fenaban. Depois de 14 dias de paralisação, os bancos quebraram o silêncio e marcaram reunião para esta terça-feira (20), a partir das 16h, em São Paulo, no Hotel Maksoud Plaza (Alameda Campinas, 150 - 2º andar - Sala Primavera).

O presidente da Contraf-CUT, Roberto von der Osten, destaca que foi o avanço da paralisação que tirou os banqueiros do silêncio. “A força da greve mostrou nossa unidade, mobilização, determinação e nossa indignação. A expectativa é que eles saiam da linha de um reajuste muito abaixo da inflação com abono, pois sabemos que é prejudicial para a carreira dos bancários e das bancárias. Queremos a reposição da inflação, mais ganhos real. Afinal, estamos negociando com o setor da economia que mais ganhou dinheiro esse ano”, diz.

Para Fabiana Matheus, coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa), que assessora a Contraf-CUT e o Comando Nacional dos Bancários, a mobilização em todo o país não pode parar. “Só assim vamos conseguir dobrar a intransigência dos bancos. Além de ganho real nos salários, queremos melhores condições de trabalho, com mais garantia do emprego, fim do assédio moral e das metas abusivas, mais segurança nas agências, saúde e igualdade de oportunidades”, afirma.

Fabiana Matheus cobra ainda que a Caixa se manifeste sobre uma nova negociação em torno da pauta específica. “Diferentemente da Fenaban, o banco se mantém nesse silêncio desrespeitoso.  Entre outas reivindicações, queremos a contratação de mais empregados e o fim do GDP. A realidade nas unidades da Caixa é de trabalhadores sobrecarregados e doentes, principalmente devido à pressão por metas e ao quadro de pessoal insuficiente”, observa.

 

Mais de 12.500 unidades paralisadas

Nesta segunda-feira (19), 12.496 agências e 40 centros administrativos foram paralisados. Importante ressaltar que enquanto se recusam a apresentar uma proposta digna para os trabalhadores, o setor não para de lucrar. No primeiro semestre deste ano, as oito maiores instituições financeiras lucraram mais de R$ 41,5 bilhões.

Os clientes participam deste cálculo, com o pagamento de taxas e prestação de serviços. De acordo com a Associação de Consumidores Proteste, as tarifas cobradas pelos oito maiores bancos, entre 2013 e 2015, cresceram até 169%. Segundo a pesquisa feita pela Fundação Procon, os juros do cheque especial atingiram em outubro média de 12,28% ao mês, a maior desde setembro de 1995. No mês anterior, a média estava em 11,9% a.m.

 

Reivindicações

A pauta da categoria foi entregue em 11 de agosto e foram realizadas cinco rodadas sem qualquer acordo em relação às reivindicações. No dia 25 de setembro, os bancos apresentaram proposta de 5,5% – que representa perda de 4% – mais abono pago uma só vez no valor R$ 2,5 mil. Assembleias realizadas em todo o país rejeitaram a proposta e a greve nacional teve início em 6 de outubro.

Os bancários reivindicam reajuste salarial de 16%. (incluindo reposição da inflação mais 5,7% de aumento real); PLR: 3 salários mais R$ 7.246,82; piso: R$ 3.299,66 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último); vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 788,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional); melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários; garantira de emprego; Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários, igualdade de oportunidades, entre outros.

Já entre os itens específicos da Caixa, destacam-se: contratação de mais empregados, fim do GDP, combate ao assédio moral, fim das metas abusivas, garantia do Saúde Caixa na aposentadoria (inclusive para os que saíram pelo PADV), fim do voto de Minerva na Funcef, imediata incorporação do REB ao Novo Plano, fim da restrição de dotação orçamentária para horas extras e extensão da licença-prêmio e do anuênio para todos os admitidos a partir de 1998.

 

Fonte: Fenae Net

 

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