08/03/2022 08:07

8 de março é dia de lutar por igualdade - as mulheres não querem flores, e sim respeito

Dia da Mulher 2022

 

No dia internacional da mulher é preciso falar o óbvio: não existe igualdade de gênero no Brasil, as mulheres recebem menos que os homens, mesmo tendo mais instrução e ainda são as principais responsáveis por cuidar dos filhos e das tarefas domésticas. O machismo existe, mata, e está presente em todos os lugares. E o feminismo não é o “machismo de saias”, pois não quer explorar, oprimir, diminuir, abusar nem violentar ninguém: é uma luta fundamental para garantir direitos, respeito e a vida das mulheres. 

As mulheres recebem cerca de 20% a menos de salário que os homens nos mesmos empregos. Além disso, têm uma jornada de trabalho doméstico de pelo menos 10h a mais do que os homens por semana. É a famosa “dupla jornada”, quando a mulher trabalha tanto (ou mais) quanto o homem, mas, ao invés de descansar quando chega em casa, trabalha novamente. Mesmo em famílias como a de empregados da Caixa, esta realidade não é muito diferente. O “costume”, a “criação”, ou simplesmente a cultura do patriarcado, levam a que a mulher carregue estas responsabilidades, e não receba nada por isso. 

Alguns dirão que na Caixa não há diferença de salários entre homens e mulheres nos mesmos cargos, o que é verdade, mas ainda há bem mais homens nos cargos de chefia, especialmente nos cargos mais altos. Embora tenha aumentado o número de mulheres gerentes ou com funções, ainda são os homens que comandam as SEVs, SRs, Gerências Nacionais, Diretorias, VPs e assim por diante. E, muitas vezes, a mulher que rompe estas barreiras e se torna uma exceção tem que ouvir insultos a respeito de ter dormido com alguém para isso ou outras desqualificações que não passam de puro machismo. 

Mas o mundo é muito maior que a Caixa e precisamos lutar contra a desigualdade que existe em quase todos os outros setores. No “mundo lá fora”, segundo a PNAD Contínua do IBGE, enquanto a taxa de desemprego foi de 9,0% para os homens no 4º trimestre de 2021, houve um desemprego de 13,9% para as mulheres. Uma diferença abissal. 

A pandemia agravou ainda mais esta desigualdade porque as primeiras a perderem seus empregos ou fontes de renda foram as mulheres, pois elas são maioria como autônomas, vendedoras e trabalhadoras de setores de serviço, atendimento ao público e comércio, os mais atingidos pela pandemia. E passaram também a sofrer mais violência doméstica, e, presas em situações de maior dependência financeira, denunciaram menos e se sujeitaram mais a esses abusos. 

O Home Office também é mais penoso para as mulheres, porque enquanto a maioria dos homens em teletrabalho ficam num escritório ou cômodo trabalhando, as mulheres são demandadas o tempo todo por filhos, pelos cuidados com a casa e pelos próprios maridos. 

Infelizmente, a cada dia também ainda há mais de 100 mulheres estupradas no Brasil.  Em pesquisa feita há apenas dois meses, três em cada 10 mulheres adultas revelaram que já foram ameaçadas de morte por um parceiro ou ex-parceiro. E as mulheres são violentadas de todas as formas: feminicídio, agressões físicas e verbais, estupros, abusos psicológicos e todo tipo de opressão e violência! 

E isto ocorre “lá fora” mas também entre as trabalhadoras em bancos (bancárias, telefonistas, vigilantes, recepcionistas, ASGs, copeiras). Por isto, temos que combater o machismo todos os dias. E somos feministas, sim. 

A APCEF-RN não é apenas um clube. É uma associação dos empregados e das empregadas da Caixa. Dia 8 de março é dia de luta! E a APCEF-RN está nesta luta. 

 

 

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