14/10/2013 18:42

Bancários da maioria das bases sindicais do país encerram greve e retornam ao trabalho nesta segunda-feira

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Contraf/CUT avalia que paralisação foi a maior realizada pela categoria em duas décadas. Duas bases sindicais importantes, como Brasília e Rio de Janeiro, realizam assembleias hoje para decidir se aprovam ou não o fim da greve

Em assembleias realizadas em 11 de outubro (sexta-feira da semana passada), os bancários da maioria das bases sindicais do país aprovaram as propostas apresentadas pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e pela Caixa Econômica Federal. A decisão, portanto, foi a de seguir a orientação do Comando Nacional dos Bancários, encerrando uma greve nacional unificada de 23 dias, com retorno ao trabalho a partir desta segunda-feira, dia 14 de outubro. A paralisação, segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT), foi a maior realizada pela categoria em duas décadas.

O acordo para as questões gerais (Fenaban) e para os itens específicos (Caixa) foi aprovado em bases sindicais como ABC Paulista, Alagoas, Belo Horizonte (MG), Criciúma (SC), Curitiba (PR), Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Pernambuco, Roraima e São Paulo (capital), entre outras. Os sindicatos do Ceará, Mato Grosso e Salvador (BA) aprovaram a proposta da Fenaban, rejeitando a que foi apresentada pela Caixa, o que significa que nessas bases sindicais a paralisação fica mantida apenas no âmbito da empresa.

As propostas da Fenaban e da Caixa foram rejeitadas pelas bases sindicais de Blumenau (SC), Florianópolis (SC), Maranhão e Porto Alegre (RS). As bases de Brasília e do Rio de Janeiro realizam assembleia nesta segunda-feira (14), quando será decidido se aprovam ou não o fim da greve. Os sindicatos que na sexta-feira (11) haviam rejeitado as duas propostas (privados e bancos públicos federais) devem realizar novas assembleias na data de hoje, para decidir os rumos do movimento.

A proposta negociada com a Caixa contempla a manutenção da PLR social, a valorização do piso e a cláusula que permite que as agências com até 15 empregados não tenham mais horas compensadas – a partir de janeiro de 2014, todas as horas extras realizadas nessas dependências serão pagas. Há avanços também em itens de saúde do trabalhador e no Saúde Caixa.

Os avanços na mesa específica se somam aos obtidos nas negociações com a Fenaban. O reajuste de 8% contempla um aumento real sobre os salários e as verbas em relação à inflação calculada pelo INPC entre 1º de setembro de 2012 e 31 de agosto de 2013. Este foi o nono ano seguido em que a categoria conseguiu aumento acima da inflação.

Na Caixa, por exemplo, a regra para a Participação nos Lucros e Resultados manteve a PLR social, que se soma à regra da Fenaban. A PLR social é linear e para todos os empregados, sendo que o grupo dos menores salários receberá, no mínimo, R$ 8 mil, enquanto os maiores salários vão receber um salário de PLR. Caiu o limitador, que existia até então.

A greve nacional dos bancários garantiu a manutenção da distribuição de PLR. A regra básica prevê 90% do salário mais parcela fixa de R$ 1.694,00, com teto de R$ 9.087,49. O valor pode ser majorado até que seja distribuído pelo menos 5% do lucro líquido, podendo chegar a 2,2 salários, com teto de R$ 19.825,86. Além disso, será paga uma PLR adicional de 2,2% do lucro líquido distribuídos linearmente entre todos os bancários, com teto de R$ 3.388,00.

No caso da Caixa, fica mantida a PLR social. A regra prevê distribuição de 4% do lucro líquido de forma linear e garantia de no mínimo uma remuneração-base a todos os empregados, além da regra básica (90% do salário mais R$ 1.694,00. com teto de R$ 9.087,49) e parcela adicional equivalente a 2,2% do lucro líquido distribuído linearmente, com teto de R$ 3.388,00 da PLR acordada com a Fenaban.

O diretor-presidente da Fenae, Pedro Eugenio Leite, elogia o fato de as propostas tanto na Caixa quanto na Fenaban terem sido construídas em mesa de negociação, como resultado de uma greve vitoriosa. Além disso, segundo ele, “o movimento enfrentou condições adversas e conquistou avanços fundamentais, demonstrando novamente o acerto da estratégia de negociações unificadas”.

Fonte: Fenae Net

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