16/10/2015 09:07

Contra o descaso dos bancos, greve dos bancários chega ao décimo dia

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Descaso. Esta é a palavra que expressa a atitude dos banqueiros, que insistem em manter a intransigência e continuam em silêncio. A greve nacional dos bancários entra no décimo dia ainda mais forte em todos os estados. Nesta quinta-feira (15), 11.818 agências e 44 centros administrativos paralisaram suas atividades Brasil afora.

“A greve até agora não sensibilizou os banqueiros. Dez dias de desrespeito com os trabalhadores e com a sociedade. Mas a cada dia aumenta a visibilidade da responsabilidade deles neste conflito. Eles são os culpados pela greve. Podem dar aumento real. Sabem que sem isto os bancários não estão demonstrando disposição para fazer acordo. Basta! Exploração não tem perdão!”, ressalta Roberto von der Osten, presidente da Contraf-CUT.

 

Silêncio

Até o momento, não há perspectivas de retomada das negociações com a Fenaban. Os banqueiros insistem na proposta rejeitada: reajuste de 5,5%, abaixo da inflação (9,89%), e abono de R$ 2.500. “Não queremos de volta essa política da perda real e do abono salarial. Reivindicamos uma proposta de aumento digno e, não menos importante, de melhoria nas condições de trabalho, com mais contratações e o combate às metas abusivas e o assédio moral, entre outros”, diz Fabiana Matheus, coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa), que assessora o Comando Nacional dos Bancários.

 

Bancos oferecem pouco, mas cobram muito

Os números são de assustar qualquer um. A tabela divulgada pelo Banco Central, sobre juros cobrados pelos bancos nas operações com cartão de crédito rotativo, entre os dias 24 e 30 de setembro, revela as altas taxas anuais cobradas por bancos mais populares e que estão entre os seis maiores do país: Banco do Brasil, Caixa, Itaú, Bradesco, Santander e HSBC.

Os juros no Itaú chegam a 631,30% ao ano. No Bradesco, a taxa anual é de 494,60%. O levantamento segue com o HSBC, com taxa de 461,24%, e Santander com 432,39% ao ano. Entre os bancos públicos, destaque para o Banco do Brasil com 307,32% de taxa, e a Caixa, que cobra 128,22% de juros ao ano nas operações com cartão de crédito rotativo.

“Justamente o setor que mais tem lucro no Brasil apresentou a pior proposta que os trabalhadores poderiam receber. A resposta dos bancários não poderia ser outra senão greve, que está cada dia mais forte”, afirma Roberto von der Osten. Fabiana Matheus lembra: “só no primeiro semestre, as oito maiores instituições que atuam no Brasil lucraram R$ 41,5 bilhões. É inaceitável a alegação de que não é possível atender nossas reivindicações”.

 

Reivindicações dos bancários

Os bancários reivindicam reajuste salarial de 16%. (incluindo reposição da inflação mais 5,7% de aumento real); PLR: 3 salários mais R$ 7.246,82; piso: R$ 3.299,66 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último); Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 788,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional); Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários; garantira de emprego; Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários, igualdade de oportunidades, entre outros.

Já entre os itens específicos da Caixa, destacam-se: contratação de mais empregados, fim do GDP, combate ao assédio moral, fim das metas abusivas, garantia do Saúde Caixa na aposentadoria (inclusive para os que saíram pelo PADV), fim do voto de Minerva na Funcef, imediata incorporação do REB ao Novo Plano, fim da restrição de dotação orçamentária para horas extras e extensão da licença-prêmio e do anuênio para todos os admitidos a partir de 1998.

 

Fonte: Agência Fenae com Contraf-CUT

 

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