CONVOCAÇÕES CAIXA 2024
Anunciada com pompa e manchetes, o concurso da Caixa irá contratar 4000 novos empregados, depois de 10 anos desde o concurso anterior, e tendo reduzido o número de bancários em quase 15 mil empregados neste período. Dos mais de 101 mil bancários que já teve há poucos anos, restaram pouco mais de 86 mil, e cerca de 4200 a mais foram desligados até o final de agosto. Hoje, somos apenas 82 mil empregados, um número completamente insuficiente para atender aos atuais clientes e transações, que se multiplicaram por muitas vezes nos últimos anos.
Quanto aos novos empregados, que não suprirão sequer as vagas dos que acabaram de sair, serão chamados a conta-gotas. Além de que deveriam ser chamados pelo menos 19 mil novos bancários para a Caixa, e serão apenas 4 mil, eles levarão até um ano depois da saída dos colegas para, efetivamente, estarem trabalhando nas unidades.
Pelo calendário das primeiras turmas do curso de Integração à CAIXA 2024, somente neste 30/9, iniciou o treinamento do primeiro grupo de 412 convocados, entre técnicos bancários novos, técnicos bancários de TI e profissionais de carreira (engenheiros e médicos do trabalho). Estes novos empregados serão distribuídos da seguinte maneira: 9 na Região Sul, 78 no Sudeste, 44 no Norte, 121 no Nordeste e 160 no Centro-oeste, estes principalmente para a área de TI, mas eles só assumirão em seus locais de trabalho no dia 14/10. E, neste ritmo de 400 novos contratados por mês, que a Caixa divulgou como sendo o previsto, o total de contratados só estará nas suas unidades em 15/7/2025. É um absurdo completo!
Até o que deveria ser uma boa notícia, que é a ampliação do período do treinamento, acaba sendo usada para uma péssima notícia, no final das contas. Há muito tempo que se reivindica que haja um treinamento mais longo e de qualidade, e que os colegas não sejam colocados diretamente nas suas unidades sem a integração e preparação prévias necessárias. Mas, sob esta gestão da Caixa, até esta conquista vem como contrapartida de empurrarem a contratação dos 4000, que deveria ser imediata, para um período de um ano inteiro. O correto teria sido os novos empregados terem assumido antes de qualquer desligamento do PDV. Todos eles. Para que, após treinados, pudessem assumir as rotinas e o trabalho daqueles que, então, poderiam sair. Mas foi tudo ao contrário: o que já está caótico, com a falta de empregados, foi agravado com a saída de milhares de trabalhadores ao longo de apenas 3 meses, quando nenhum novo empregado assumiu.
Passados quase 5 meses dos primeiros desligamentos, é que começam a chamar os novos, para levar mais 10 meses neste processo. É um desrespeito completo contra os atuais empregados, já extremamente sobrecarregados, trabalhando por si mesmos e por quem saiu; com os aprovados no concurso, que estão sendo aguardados nas unidades e já fazendo falta, mas que terão de esperar até um ano para isso; e, principalmente, com a maioria da população, que sofre com filas e demora no atendimento.
A estratégia é bem clara: explorar os atuais e os novos empregados cada vez com mais intensidade, esgotando todos os bancários ao máximo, e reduzindo o número total de colegas e de agências, paralelamente ao aumento da terceirização, correspondentes e da privatização de setores estratégicos do banco, como as loterias, cartões, consórcio, previdência etc. Nós precisamos do oposto: uma Caixa 100% pública, com mais empregados, mais unidades e melhor atendimento.