Empregados da Caixa produzem R$ 4,9 bilhões de lucro líquido no 1º trimestre
Os cerca de 86 mil empregados da Caixa produziram um lucro de quase 5
bilhões em apenas 3 meses, um recorde histórico, que significou um crescimento de
71,5% em relação ao mesmo período de 2024. Se este valor for mantido nos demais
trimestres, cada empregado, em média, será responsável por mais de R$ 227 mil de
lucro em um ano. Os números falam por si só, e os recordes do banco são
incompatíveis com o nosso salário e a nossa PLR.
A Caixa festeja os números conseguidos à custa do trabalho excessivo dos
empregados, cada vez mais sobrecarregados com 15 mil bancários a menos. Nos
últimos anos, este déficit se agravou, com um PDV que demitiu mais de 4100 colegas,
sem a reposição de sequer metade deste número.
A Caixa admite isso no próprio relatório, em que diz que “as despesas
administrativas (despesas de pessoal e outras despesas administrativas) totalizaram
R$ 10,9 bilhões no 1T25, reduções de 4,9% em relação ao 1T24 e de 8,2% quando
comparado ao 4T24. No trimestre, a redução foi impactada pelas diminuições de
15,5% em outras despesas administrativas e 4,6% em despesas de pessoal.”. Quer
dizer: mesmo com inflação, aumento vegetativo da folha com promoções de mérito e
de antiguidade, e com o ínfimo reajuste salarial, a folha ainda diminuiu ao longo de
2024 inteiro e de 2025. Fica claro quem está pagando o pato do lucro recorde.
Também conforme o relatório, a Caixa é “o maior banco brasileiro em número
de clientes, crédito, contas digitais e depósitos em poupança”, mas faltou dizer que
também é o que atende todos os programas sociais e concentra mais de 60% do
crédito habitacional. E tudo feito pelos seus empregados, que não são reconhecidos.
Além de menos bancários, agências destinadas ao público em geral serão fechadas,
para instalar agências singulares, exclusivas para a alta renda. E os empregados que
sobraram ganham pior (temos perda salarial acumulada histórica) e têm menos
direitos. É economia com quem deveria ser valorizado.
O lucro bilionário prova que a Caixa pode assumir o aumento dos custos de
saúde, desistindo de aumentar ainda mais a cobrança do Saúde Caixa e revogando os
aumentos que elevaram a mensalidade de 2% para até 7%, a coparticipação de 20%
para 30%, e a introdução de uma 13ª mensalidade. Assim como pode aportar o que
deve à Funcef e liquidar com os equacionamentos que castigam aposentados,
pensionistas e colegas da ativa.
Para comemorarmos um lucro tão expressivo, é preciso que os empregados
também sejam valorizados. Com a contratação de mais empregado; com mais PLR
(aplicando a fórmula sem redutores) e com o justo financiamento da nossa saúde e
previdência.