Jornada de 6 horas para bancários da Caixa completa aniversário da conquista!
Em 30 de outubro de 1985, com a adesão da quase unanimidade dos trabalhadores da Caixa, uma greve de 24 horas, que levou à adoção do regime de 6 horas diárias para os trabalhadores da Caixa, que até então, como “economiários”, não eram regidos pela jornada dos demais bancários, e tinham que trabalhar 8 horas por dia.
O 1º Congresso Nacional dos Empregados da Caixa Econômica Federal (Conecef), realizado em 20 de outubro de 1985, em Brasília (DF), votou pela deflagração da greve, bem como pelo direito à sindicalização dos economiários, reconhecendo-os como bancários. Posteriormente, esta pauta foi colocada como projeto de lei, e resultou aprovada pelo Congresso Nacional, consolidando estas conquistas arrancadas pela luta direta, culminada na fortíssima greve de 1985.
A histórica greve de 1985 ocorreu pela jornada de 6 horas mas também para assegurar isonomia salarial para os novos empregados, já que 20 mil trabalhadores haviam sido recentemente contratados, mas com salário 50% inferior ao de quem já trabalhava na Caixa. Neste meio tempo, o banco promoveu a demissão de colegas que protestaram contra esta situação, mas, através da greve, estes ataques foram revertidos e a lei que estabeleceu a jornada das 6 horas para o pessoal da Caixa foi sancionada em 17 de dezembro de 1985, havendo a garantia do direito à sindicalização de todos os empregados da Caixa a partir do dia seguinte.
O retrocesso da jornada de 8 horas hoje em dia
Infelizmente, porém, desde 2018, 33 anos depois dos bancários da Caixa obterem a redução de jornada para 6 horas, se igualando aos demais bancários, a CCT assinada entre a FENABAN, a Contraf e a Contec, retrocedeu mais de 3 décadas, voltando a aceitar que funcionários com funções gerenciais e algumas técnicas tenham jornada de 8 horas. Isso, inclusive, deu fim a bilhões de reais em passivos trabalhistas até então ganhos pelos trabalhadores, em processos que consideravam a 7ª e a 8ª horas como extras. Uma fortuna de presente aos banqueiros.
As CCTs seguintes, de 2020, 2022 e, neste ano de 2024, foram reafirmando este novo entendimento entre banqueiros e confederações sindicais majoritárias, que levou à retirada de direitos e perdas históricas e bilionárias para os bancários.
Somos a favor da efetiva jornada de 6 horas para todos, incluindo caixas, tesoureiros e gerentes, sem redução de salário. E que haja a redução para uma jornada de 4 dias por semana, experiência comprovada como benéfica à saúde e produtividade do trabalhador, bem como ao meio-ambiente e à geração de empregos. Hoje, temos 18 mil empregados a menos na Caixa, e poderia haver a contratação de todos estes empregados e muitos mais com a jornada adequada para todos.
Que a luta de 1985 e de tantas outras batalhas nos inspire a construa novas lutas por estas demandas e tantas outras.